A educação de crianças em processo de adoecimento
Como a Apala trabalha para a continuidade do desenvolvimento educacionais dos assistidos
Uma das práticas mais discutidas quando se fala no câncer infantil é a continuidade no desenvolvimento na educação da criança adoecida. Como abordar certas temáticas? Como manter a metodologia sabendo que em alguns dias aquele aluno vai estar incapacitado de estudar? Esses questionamentos levam ao debate de como manter de maneira contínua e eficaz a educação de crianças com câncer e que, por estarem hospitalizadas, necessitam de atenção extra no ensino.
Quando estão em tratamento oncológico, crianças com câncer precisam afastar-se da escola por longos ou recorrentes períodos em razão das consultas e exames que demandam muito tempo. Na atualidade existem serviços que oferecem esse apoio para evitar evasão escolar na época mais importante da vida, a infância. Em Alagoas, a Apala realiza essa integração proporcionando que no intervalo entre um atendimento e outro, quando hospedadas na casa, as crianças assistam aulas normalmente e realizem atividades lúdicas para desenvolver melhor o aprendizado durante o processo de cura.
Na Apala, o processo de aprendizagem acontece de acordo com a faixa etária e dentro da necessidade de cada assistido. O maior propósito da sala de recursos pedagógicos é trazer um momento prazeroso para as crianças com atividades lúdicas para chamar atenção e despertar o interesse pelos estudos que em alguns casos, anda adormecido.
“Construímos aqui nossas aulas da maneira mais lúdica e colorida possível. Tem que ser alegre para que eles se sintam acolhidos e gostem de estar aqui na sala aprendendo” disse Ana Paula, pedagoga da Apala. Os pequenos são participativos nas aulas e interagem muito bem, gostam muito do ambiente.
“É um pouco triste saber que um dia eles podem se afastar ou passar períodos longos sem vir para a sala pois o tratamento vai impedir esse fluxo. Mas a gente segue na expectativa de oferecer dignidade e alfabetização para essas crianças” completou Ana.
Entretanto é preciso compreender que em alguns lugares esse serviço não é oferecido e o sistema escolar não tem respondido às necessidades desses alunos.
Apesar de existirem sim necessidades especiais apresentadas pelas crianças em tratamento oncológico e limitações às práticas normais do cotidiano, não deve haver prejuízo aos exercícios de direitos fundamentais, como o direito a educação.
O projeto Baú de Ideias e a Apala
Há 27 anos, o McDia Feliz e a Apala andam de mãos dadas. Com os recursos garantidos através das vendas, diversos projetos educacionais e voltados para a saúde dos assistidos. Dentre eles, o Baú de Ideias que teve sua primeira edição em 2019 e agora está em uma nova etapa que promete ser tão promissora quanto a inicial.
Nessa segunda fase, que iniciou em 2021, ao longo de 1 ano será disponibilizado a verba para manutenção da sala de recursos pedagógicos, como também a contratação de profissionais especializados, aquisição de materiais para as atividades, e além disso serão confeccionados os “foguetes de leitura”. As bibliotecas móveis serão disponibilizadas na Apala e também nos hospitais de referência em oncologia pediátrica do estado de Alagoas. Elas têm por objetivo estimular a leitura, entretendo os pacientes ao longo do tratamento.
“A ideia de leitura como viagem, algo que forma e transforma o indivíduo leitor, está presente não somente na concepção desse projeto, como também em sua visualidade, já que a biblioteca móvel pediátrica possui um formato de foguete” afirma Luiza Cabral, coordenadora técnica de projetos.
O projeto visa oferecer atividades lúdicas, recreativas e pedagógicas desenvolvidas para atenuar o impacto do tratamento oncológico. Através das ações dele também podemos fornecer um suporte escolar, sempre enfocando em atividades lúdicas.
“É o aprender brincando! Investir no aprendizado do paciente acometido pelo câncer é também reafirmar a esperança na cura e no futuro das crianças e adolescentes, pois a maioria destes acabam por abandonar a escola durante o tratamento tendo em vista que precisam se ausentar por longos períodos” conta Luiza.
Esses recursos contribuem para o enfrentamento da doença e promovem uma ação terapêutica que auxilia na atenção integral às necessidades da criança e do adolescente, além de promover interação com outros assistidos.
O projeto é uma parceria da Apala com o Instituto Ronald McDonald. Tanto a primeira, quanto a segunda fase do projeto foram possíveis graças aos recursos arrecadados no Mc Dia Feliz. Ao contribuir com evento, comprando o Big Mac, a renda já estará contribuindo com projetos que apoiam a causa da oncologia pediátrica.
A educação é uma das formas de garantir a dignidade da pessoa humana, por sua capacidade de levar à autonomia de ação e de pensamento, contribuindo para o pleno desenvolvimento individual.